sábado, 13 de junho de 2015

CASA DE CULTURA DE CAICÓ

A Casa de Cultura Popular de Caicó funciona no Sobrado do Padre Brito Guerra, prédio construído no início do século 19 e localizado no centro do município. A inauguração aconteceu no dia 24 de Junho de 2003. Atualmente, a Casa de Cultura mantém uma parceria com a Associação União do Sobrado, a qual desenvolve atividades através do Ponto de Cultura Sobrando Arte no Sobrado

SOBRADO PADRE BRITO GUERRA

O sobrado do Senador Brito Guerra teve sua construção iniciada em 1810 e ficou concluído no ano de 1811. O Padre Guerra decidiu construí-lo, após ter retornado do Rio de Janeiro, onde se submetera ao concurso para provimento do cargo de vigário colado (sacerdote fixo, na época nomeado pela   coroa), da freguesia do Seridó. O vigário passou então a residir no sobrado, acompanhado de sua mãe e das irmãs. Lá, ele morou por 34 anos, vindo a falecer no Rio de Janeiro, no dia 26 de fevereiro de 1845. Figura expressiva na política provincial e imperial, Brito Guerra teve sua primeira legislatura, como deputado geral, entre os anos de 1831 e 1833 e foi senador vitalício do Império em 1837. Foi projeto seu a Lei de 25 de outubro de 1831 que delimitava o território do Seridó fazendo-o definitivamente pertencer à Província do Rio Grande do Norte, acabando com a polêmica com a Paraíba que reivindicava essa porção espacial para si.
A edificação assobradada revolucionou as técnicas de construção até então vigentes na região, sendo um marco para a época e impulsionando o desenvolvimento urbano de Caicó. No prédio, funcionou por muito tempo a famosa Escola de Latim, visto que o padre Guerra era um exímio latinista.
Outra figura de destaque que visitou o sobrado e dele deu notícias foi o frei Caneca, que por aqui esteve em 1824, fugindo das tropas realistas que reprimiam a Confederação do Equador.
Grandes reuniões ocorreram no sobrado, para o qual acorria a sociedade seridoense, curiosa das novidades que trazia o padre, sempre que voltava de suas viagens à Corte.
Arquitetonicamente, o sobrado apresenta dois pavimentos, tendo uma sóbria fachada, na qual se divisam cinco portas e igual número de janelas, estas protegidas por grades de ferro. O seu interior já sofreu alterações. A mobília original, infelizmente, já se perdeu com o tempo; consta que o padre Guerra tinha bom gosto, utilizando móveis de madeira de lei e talheres, copos, colheres, estribos, salva, brida de prata.
O sobrado ele deixou para seus dois sobrinhos padres: Francisco Justino Pereira de Brito e Joze Modesto Pereira de Brito. E outro bens deixou também para seus filhos (!), conforme em vinte de novembro de 1844 anota em seu testamento:“que por fragelidade humana tive deis filhos; a saber Manoel Daniel, de Joanna da Rocha, em tempo que ella era solteira, o qual já faleceo, mas existe hum filho delle do mesmo nome, havido na constancia do matrimonio com Thereza, minha Sobrinha; Izabel, Theodora, Alexandrina, Jacinto, e Francisco, filhos de Maria José, aos quaes todos reconheço pello prezente Testamento por meos filhos, e os instituos, únicos e universaes herdeiros de minha fazenda”
Endereço: Rua Padre João Maria, 134  ( por trás da Catedral de Sant’Ana)

FONTE – UMA VIAGEM PELA MEMÓRIA SERIDOENSE

PADRE FRANCISCO DE BRITO GEURRA

FRANCISCO DE BRITO GUERRA nasceu na fazenda Jatobá, situada no atual município de Campo Grande, no Oeste do Rio Grande do Norte, numa sexta-feira, 18 de abril de 1777, sendo filho de Manuel da Anunciação Lira e de Ana Filgueira de Jesus.
Fez as primeiras letras com o padre Luís Pimenta de Santana, no Assú/RN. Seu pai o levou depois para uma escola no sertão pernambucano, comandada pelo professor Manuel Antônio. Seguiu depois para Olinda/PE, onde o bispo d. José Joaquim da Cunha Azevedo Coutinho fundara o seminário, a mais alta expressão do ensino secundário em todo o Norte do Brasil. No seminário, Francisco conquistou as simpatias do prelado e de sua ajuda auferiu os melhores proveitos espirituais. Em 1801, escreveu a "Oratio acadêmica" em louvor do grande bispo. Ordenou-se, indo trabalhar na freguesia de São Pedro Gonçalves, no Recife/PE. Em 1802, estava em Campo Grande, abraçando a sua mãe e no mesmo ano tornou-se pároco da freguesia de Santana do Caicó, tomando posse na primeira dominga do Advento, como nos informa Câmara Cascudo em seu livro "Uma História da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte - Fundação José Augusto - Natal/RN - 1972". 
Em 1810, iniciou a construção de um sobrado em Caicó para sua moradia, sobrado esse que foi concluído em 1811. O padre Guerra decidiu construí-lo após ter retornado do Rio de Janeiro, onde se submetera ao concurso para provimento do cargo de vigário colado (sacerdote fixo, na época nomeada pela coroa), da freguesia do Seridó. O vigário passou então a residir no sobrado, acompanhado de sua mãe e das irmãs. Arquitetonicamente, o sobrado apresentava dois pavimentos, tendo uma sóbria fachada, na qual se divisavam cinco portas e igual número de janelas, estas protegidas por grades de ferro. Consta que o padre Guerra tinha bom gosto, utilizando móveis de madeira de lei e talheres, copos, colheres, estribos, salva, brida de prata. A edificação assobradada revolucionou as técnicas de construção até então vigentes na região, sendo um marco para a época e impulsionando o desenvolvimento urbano de Caicó. Grandes reuniões ocorreram no sobrado, para o qual acorria a sociedade seridoense, curiosa das novidades que trazia o padre, sempre que voltava de suas viagens à Corte. No prédio funcionou também, por muito tempo, a famosa Escola de Latim, visto que o padre Guerra era um exímio latinista.
Figura expressiva na política provincial e imperial, Brito Guerra teve sua primeira legislatura como deputado-geral entre os anos de 1831 e 1833 e foi senador vitalício do Império em 1837. Foi projeto seu a Lei de 25 de outubro de 1831, que delimitava o território do Seridó, fazendo-o definitivamente pertencer à província do Rio Grande do Norte, acabando com a polêmica com a Paraíba, que reivindicava essa porção espacial para si. 
Um caso curioso aconteceu por essa época no sobrado do padre Guerra em Caicó/RN. Quando eleito senador do Império, voltou àquela cidade, introduzindo muitos hábitos da Corte, mantendo casa ricamente mobiliada e ostentando, em seu salão de jantar, rica baixela de prata. Naquela época, o sertanejo ainda não conhecia o charuto. Dois amigos foram a Caicó, em visita ao senador, que mandou servir o almoço, por um criado fardado. Ao fim do almoço, tendo se retirado o senador, o criado apresentou aos hóspedes, numa salva de prata, dois charutos finos. Nenhum deles conhecia aquela iguaria e, supondo ser algum doce seco, foram com eles aos dentes. Achando o gosto amargo, resolveram cortar o charuto bem miudinho, para ver se conseguiam tragar com farinha seca. Nesse ínterim, chegou o senador Guerra e vendo a cena, riu a valer da trapalhada dos hóspedes, explicando-lhes, então, como se fumava o charuto.
Assim foi a vida do padre senador Francisco de Brito Guerra, conciliante e generoso. Faleceu no Rio de Janeiro a 26 de fevereiro de 1845. Visitava o comendador Joaquim Inácio da Costa Miranda quando uma congestão cerebral o fulminou. Ficou conhecido pelo seu carisma, desejo de desenvolvimento e principalmente por respeitar o próximo. Uma das suas frases mais conhecidas e lembradas até hoje reflete a realidade do sertanejo: "Esta região somente será feliz no dia em que as águas dos seus rios não chegarem aos oceanos" - esta frase fez com que fossem construídos na época vários açudes para o represamento da água.
Hoje, na casa onde morou o padre Francisco Brito Guerra, funciona a Casa de Cultura.

FONTE – O MOSSOROENSE

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